Europa e Educação: história de uma morte anunciada
A revista The Economist, num editorial já com 2 anos, tem uma perspectiva interessante sobre o ensino superior na Europa. A Europa hoje vive de mitos cada vez mais distantes da realidade. Um dos maiores talvez seja o de que é o maior centro de saber do mundo e que as suas universidades e escolas são do melhor que há.
Se é verdade que existem excelentes universidades neste velho continente, não é aqui que estão as melhores. Um ranking internacional coloca apenas 3 universidades (todas inglesas) entre as 20 melhores do mundo. Com a excepção do caso notável da Finlândia, no ensino secundário o quadro é ainda mais desanimador. Em testes de aferição aos conhecimentos de matemática e ciências, os lugares cimeiros são sistematicamente ocupados por países asiáticos. Tal não é de estranhar pois, apesar de alguns serem ainda relativamente pobres, nesses países a educação é das maiores prioridades para os pais. Ao contrário da Europa, as ciências e a engenharia são as áreas mais procuradas pelos estudantes. Só a Índia forma mais engenheiros por ano que a Europa toda. Os melhores licenciados procuram pós-graduações maioritariamente nos Estados Unidos, não na Europa.
O cenário afigura-se negro para a Europa. Já para não falar de Portugal, que neste campo deve estar quase na cauda das estatísticas. Seria bom se os europeus se dessem conta que já não são o centro do mundo, se alguma vez o foram, e que os seus países precisam urgentemente de implementar reformas draconianas para acompanhar o ritmo do progresso. Infelizmente, pelo que se vê em França ou Itália, não acredito que isso venha a ser possível a curto prazo.
Segundo a The Economist, isso só vai acontecer quando as pessoas neste velho continente cairem numa situação económica pior. Muito pior!